ANGELA GUTIÉRREZ
Angela Maria Rossas Mota de Gutiérrez
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 7 de outubro de 1997, ocasião em que foi saudada pelo poeta Artur Eduardo Benevides. Ocupa a vaga deixada pelo acadêmico Geraldo Fontenelle, cadeira número 18, cujo patrono é Moura Brasil.
Ocuparam a mesma cadeira: Andrade Furtado, Otávio Lobo, Antônio Girão Barroso e Geraldo Fontenele.
Em um janeiro de sol, na casa que já abrigara três gerações de sua família – bisavós, avós e pais -, nasceu, no dia 23, uma menina, acolhida pelas mãos de seu avô materno, o médico César Rossas. No mesmo dia, a recém-nascida receberia, no Sacramento do Batismo, o nome Angela, herdado de sua bisavó e de sua mãe, e Maria, de sua tia materna e madrinha, Maria Pompeu Rossas Freire. Filha de Luciano Cavalcante Mota, que seria seu guia entre livros, artes, e na vida, e Angela Laís Pompeu Rossas Mota, guardiã da memória da família e da cidade, foi registrada com o nome de Angela Maria Rossas Mota. Viveu os primeiros anos de sua infância na mesma casa onde nasceu, e que guardava a imensa biblioteca de seu bisavô, falecido muitos anos antes, em 1929. Apesar da pouca idade, os livros a atraíam e causavam-lhe imensa curiosidade. Depois que lhe foram apresentados pelo pai, tornaram-se para sempre seus amigos. Com a mudança da família para o sítio dos avós, em Mondubim, Angela, já enamorada dos livros e tendo aprendido a ler, passou a viver horas, sob a sombra de mangueiras centenárias, imersa nas aventuras dos seus amigos e amigas, personagens dos livros que seu pai escolhia para as diferentes fases de sua infância. Retornando para a cidade, com nove anos, continuou a ser leitora incansável, chegando a ler tardes inteiras e, nas férias, dias inteiros.
Estudou no Jardim de Infância, considerado modelo, da Escola Normal, depois foi para o Colégio da Imaculada Conceição, onde sua avó materna, Bella Cavalcante Motta, passara algum tempo no internato porque sua mãe, a açoriana Maria da Glória, não conseguia cuidar de tantos filhos que dera à luz, dezoito, em que predominavam meninas: quinze! A menina Angela gostava de ouvir a avó paterna cantar poemas românticos musicados, como os de Casimiro de Abreu.
Durante a adolescência, aderiu com entusiasmo à Ação Católica, no ramo da Juventude Estudantil Católica-JEC, dedicado à formação cristã de cidadania consciente, com preocupação social de responsabilidade pelo Outro, traço que continuou a marcar a personalidade de Angela.
Mais tarde, quando estudante da Faculdade de Letras, na UFC, Angela acrescentaria o sobrenome de Gutiérrez a seu nome, ao casar-se com o médico Oswaldo Augusto Gutiérrez Adrianzén, em quem Angela sempre encontra apoio em decisões na carreira escolhida e, com quem teve quatro filhos: o primogênito, nascido prematuramente, viveu apenas doze dias e sua partida foi profundamente dolorosa para o jovem casal, que, felizmente, em menos de uma década, concebeu e recebeu com alegria os filhos Oswaldo e Daniel e a caçula, Angela Laís, que lhe deram três filhos de coração, as noras Priscila, Sunny e o genro Davi, e oito netos muito amados: Rafael, Oswaldo Neto, Lina, Isabela, Taís, Alícia, Eduardo César e Luísa.
Angela Gutiérrez construiu sua formação acadêmica na Universidade Federal do Ceará, onde se licenciou em Letras, com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa, Língua e Literatura Italiana e Língua e Literatura Francesa; realizou cursos de Aperfeiçoamento em Teoria da Literatura, Especialização em Linguística e em Métodos e Técnicas de Ensino, cursou Mestrado em Educação, defendendo dissertação intitulada “O Caráter Reprodutor do Ensino de Literatura Brasileira nos Cursos de Letras” que, em resumo, opõe o ensino criador, que incentiva o espírito crítico e criador, ao ensino que reproduz o “já dito”.
Doutora em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, defendeu tese orientada pelo Prof. Dr. Wander Melo Miranda, distinguido intelectual mineiro e intitulada Vargas Llosa e o romance possível da América Latina, que recebeu aprovação com louvor; cumpriu pós-doutorado na mesma instituição, UFMG, desenvolvendo a pesquisa O retrato do Conselheiro: as múltiplas faces do beato de Belo Monte.
Iniciou sua vida no magistério na UFC, ensinando, ainda aluna de graduação, na Casa de Cultura Italiana, continuando por alguns anos, e na Casa de Cultura Francesa, em estágio de ensino, posteriormente, nos Departamentos de Letras Vernáculas e de Literatura, e no Programa de Pós-Graduação em Letras, como professora concursada, tendo orientado monografias de alunos de diferentes cursos na área de Humanidades da UFC, assim como dissertações de Mestrado, participando de bancas de Mestrado e Doutorado na UFC e na UFMG; realizou estudos e pesquisas, especialmente sobre Literatura Brasileira, destacando Alencar, Machado de Assis, Guimarães Rosa e os escritores do Nordeste e, especialmente, do Ceará, e em Literatura Latino-Americana, com estudos comparados das obras de Vargas Llosa, García Márquez, Borges, Ciro Alegría, com escritores da Literatura Brasileira; dedicou-se, especialmente, a temas ligados ao episódio histórico da fundação e formação do Arraial de Belo Monte por Antônio Conselheiro, às várias fases da guerra de Canudos, à destruição de Belo Monte e morte do Conselheiro, analisando Os sertões de Euclides da Cunha, La guerra de fin del mundo, de Mario Vargas Llosa e a ficção “canudiana”, em que constam obras de muitos autores brasileiros, do século XIX ao XXI, e vários estrangeiros, e a relação do tema com outras artes, focando, principalmente, a figura histórica e ficcional de Antônio Conselheiro e seus escritos. Sobre esses temas, Angela Gutiérrez participou de mesas-redondas, pronunciou conferências e discursos em encontros, simpósios, congressos, no Brasil, em Fortaleza, Quixeramobim, Salvador, Canudos, São José do Rio Pardo, São Paulo, e no exterior, Colônia, Berlim, Paris. Entre essas atividades, ressalta sua participação como organizadora do “Simpósio Internacional Canudos: Cem Anos da Destruição”, em setembro de 1997, promovido pela Universidade Federal do Ceará, em que foi presidente de mesa redonda e conferencista, assim como, extramuros da UFC, a Coordenação Cultural do Programa “Cem anos de Os sertões na Bienal” (incluindo projeto e organização de atividades, exposições de pintura, exibições de vídeos, peça teatral, conferências, mesas-redondas, espetáculos musicais, entre outras) na V Bienal Internacional do Livro, promovida pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, em 2002, ano centenário de publicação d’Os sertões.
Ainda na UFC, participou da gestão universitária, como coordenadora do Curso de Especialização em Literatura Luso-Brasileira do Departamento de Letras Vernáculas, coordenadora-fundadora do Programa de Pós-Graduação em Letras, diretora-fundadora do Instituto de Cultura e Arte-ICA e diretora da Casa de José de Alencar-CJA. Foi membro de vários colegiados e comissões, nas áreas de gestão, ensino, pesquisa e extensão, entre eles, da Administração Superior, durante o reitorado do Prof. René Barreira, Comissão de Ensino de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Conselho Editorial das Edições UFC, Colegiado do Departamento de Letras Vernáculas, do Departamento de Literatura e do Programa de Pós-Graduação em Letras, Conselho do Centro de Humanidades, Comissão Organizadora do Cinquentenário da UFC, Coordenação do Programa Bolsa-Arte ICA-UFC, Presidente da Comissão de Acervos e da Comissão de Revitalização da Casa de José de Alencar, Presidente do I e do II Simpósio Nacional Casa de José de Alencar, entre outros projetos de extensão nos vários equipamentos culturais e nos órgãos da UFC, Museu de Arte da UFC-MAUC e Casa de José de Alencar-CJA; Membro do Conselho Consultivo do Colégio de Estudos Avançados da UFC, entre outros.
Membro da Academia Cearense de Letras, desde 1997, Angela Gutiérrez é a primeira mulher a assumir a presidência da instituição, tendo, anteriormente, participado da diretoria, como diretora cultural em várias gestões e vice-presidente; é sócia efetiva do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico, Antropológico), desde 2013. Nas duas centenárias instituições, além de dar continuidade a suas pesquisas universitárias, vem desenvolvendo, em conferências e discursos, estudos sobre a história da ACL e do Instituto, aí incluindo pesquisa sobre Alba Valdez, sócia do Instituto e primeira acadêmica da ACL, e aprofundando pesquisa sobre Fortaleza Antiga na Literatura, sobre as obras dos cearenses, seu trisavô e seu bisavô, Senador Pompeu e o filho, Dr. Thomaz Pompeu de Souza Brazil, este presidente-fundador da Academia Cearense e presidente do Instituto do Ceará. Angela é membro da Associação Brasileira de Bibliófilos (ABBi), da Sociedade Amigas do Livro (SAL) e da Associação Portuguesa de Escritores (APE). Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, de 2003 a 2009 e Coordenadora de Políticas de Livro e de Acervos da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, durante o primeiro semestre de 2003, assumindo, a seguir, a diretoria do Instituto de Cultura e Arte da UFC-ICA.
Publicou as obras a indicadas abaixo, todas pela UFC, algumas na Coleção Alagadiço Novo: O mundo de Flora (Prêmio Estado do Ceará), romance, 1990, segunda edição pela Coleção Vestibular da UFC, em 2007 e reimpressão em 2008); Vargas Llosa e o romance possível da América Latina, (ensaio, tese doutoral defendida em 1994), Fortaleza: Edições UFC; Rio de Janeiro: Sette Letras, 1996; Canção da menina, coletânea de poemas, 1997; Avis rara, coletânea de estórias, 2001; Luzes de Paris e o fogo de Canudos, romance, 2006; Os Sinos de Encarnação (Prêmio Osmundo Pontes), coletânea de contos, 2012; O silêncio da penteadeira, ficção dramática, 2016. Organizou algumas obras em parceria: Iracema, lenda do Ceará – 140 anos, com Sânzio de Azevedo, teve lançamento na cidade do Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras; em Fortaleza, na Casa de José de Alencar; na França, Ano Brasil-2005, em Lyon e em Paris, na Maison de l’Amérique Latine. Entre outras coletâneas, organizadas em parceria e publicadas pela UFC, encontram-se: Bandeira: verso e traço, com o artista plástico e estudioso de Arte, Estrigas; I Simpósio Nacional Casa de José de Alencar. José de Alencar e a Cultura Brasileira, com Vera Moraes, Fernanda Coutinho e Ana Remígio; Tributo a Moreira Campos e Natércia Campos, com Vera Moraes; Homenagem aos 60 anos de Clã – Revista de Cultura, com Vera Moraes e Ana Remígio; Dossiê Alencar 180 anos. Revista de Letras da UFC, com Fernanda Coutinho e Vera Moraes.
O romance O mundo de Flora tem sido fonte de alegrias para a autora, pois, tendo sido indicado para leitura nos vestibulares de 2007 e 2008, teve forte repercussão entre os jovens, com entusiasmada e numerosa assistência de alunos em colégios, escolas e centros culturais, em cada palestra sobre o livro. No meio literário e de imprensa, o livro foi celebrado em várias sessões presenciais de universidades e outras entidades, antes da pandemia, e virtualmente, durante a pandemia. Considerando o amplo número de artigos de escritores, críticos e professores, além de entrevistas, textos acadêmicos, cartas, peça teatral (roteiro e direção de Jadeílson Feitosa) sobre o livro, algumas colegas da escritora vêm preparando, com esse material, a coletânea “Viagem ao Mundo de Flora” para publicação.
Na ACL, referentes aos já renomados Ciclos de Conferências promovidos pela instituição, Angela Gutiérrez organizou várias coletâneas, em parceria com Regina Fiúza, entre elas: Rachel de Queiroz – Cem anos, Literatura e Viagem, Literatura e Outras Artes. Publica, também, artigos em revistas literárias e culturais, como: Revista da Academia Cearense de Letras, Revista do Instituto do Ceará, Revista da Academia Fortalezense de Letras, Revista SAL, Revista de Letras da UFC, Revista APESCultura, Revista de Letras da UNESP, Revista Canudos do Centro de Estudos Euclydes da Cunha da UNEB, Revista Verbo de Minas, de Juiz de Fora, Tensões Mundiais/World Tensions, do Observatório das Nacionalidades, entre outras, nos periódicos O POVO, (foi articulista da coluna Opinião d’O POVO por cinco anos) e Diário do Nordeste.
Como presidente da ACL (biênio janeiro 2019/janeiro 2021), Angela Gutiérrez, apesar de encontrar sérios problemas de manutenção, que limitavam o uso da sede, enquanto cuidava da solução dessas questões, com custoso e demorado conserto, preparou, com a diretoria, o “Projeto Academia Cearense de Letras: 125 anos criando e difundindo Literatura e Cultura”, enfatizando a Literatura Cearense e seus escritores/escritoras e a possibilidade de usar meios virtuais para a programação cultural da instituição. Em novembro de 2019 foi possível comemorar, em bela festa cultural, no próprio Palácio da Luz, a passagem dos trinta anos em que a antiga sede de Governo do Ceará foi cedida para sede da Academia Cearense de Letras. O projeto, acima citado, enviado à Secretaria de Cultura do Estado, SeculteCe, propunha obras de manutenção do Palácio, incluindo projeto de prevenção de incêndio, além de publicação da Revista da Academia Cearense de Letras, de 2019, de Falas Acadêmicas, tomos 3 e 4, (com discursos na posse de acadêmicos) e a realização do “Ciclo de Conferências ACL 2019/2020: Cidades Escritas”. Com a chegada da terrível pandemia de Coronavírus- SARS-2 ao Ceará e as necessários restrições de abertura da sede e de atividades presenciais, a presidente com apoio da diretoria criou grupo de Whatsapp, em nome da Academia Cearense de Letras, para comunicação interna entre acadêmicos e acadêmicas, perfil da ACL no Instagram e no Facebook, visando difundir a Cultura público mais amplo, e iniciou preparativos para abertura do site da instituição, tendo sido realizado o “Ciclo de Conferências: Cidades Escritas”, virtualmente, além de outras atividades, como “Homenagens a Acadêmicos”, em data “Diálogos na Academia”, entre acadêmicos e convidados, “Entrevistas com a Juventude”, com jovens escritores e escritoras, “Leituras de Acadêmicos”, além das reuniões mensais ordinárias e especiais. Essa programação contou com a colaboração das diretoras de Comunicação, acadêmica Beatriz Alcântara, e Cultural, acadêmica Lourdinha Leite Barbosa, da acadêmica e assessora especial para comunicação virtual, Grecianny Cordeiro.
Angela Gutiérrez continua muito ativa em sua vida literária, escrevendo artigos, prefácios, apresentaçao de livros, participando de atividades culturais, pronunciando discursos, conferências sobre seus livros e sobre temas de suas pesquisas. Vem recebendo reconhecimentos como escritora e professora, em que se destacam: Medalha da Abolição, mais alta comenda do Estado do Ceará; Diploma de Professora Emérita da Universidade Federal do Ceará, mais alto título de honra da UFC; Troféu Sereia de Ouro, respeitada comenda concedida pelo Sistema Verdes Mares de Comunicação; Troféu Antônio Conselheiro, pela Câmara Municipal de Quixeramobim, terra de berço de Antônio Vicente Mendes Maciel; Medalha Rachel de Queiroz, pela Associação Brasileira de Bibliófilos; Diploma de Mérito Cultural e Medalha 120 anos, pela Academia Cearense de Letras; Medalha Reitor Antônio Martins Filho, pela Academia Fortalezense de Letras; Medalha de Mérito Cultural e Literário Cândida Galeno, pela Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB; Medalha do Centenário da Casa de Juvenal Galeno; Troféu Estrigas, pela Secretaria de Cultura do Ceará e MiniMuseu Firmeza, na categoria Escritora, no Centenário do artista plástico Estrigas; Troféu Mulheres de Ouro, promovido por Farmácias Pague Menos; Diploma de Gente de Bem, do Shopping Benfica; Diploma da Assembleia do Estado do Ceará, como escritora, na Comemoração do Dia Estadual da Cultura;Homenagem do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará – MAUC, na comemoração de seus 50 Anos; Homenagem do Grupo de Comunicação O POVO, em cerimônia no lançamento do documentário Os Cearenses, em que doze personalidades da atualidade representavam doze personalidades do passado, tendo sido escolhida para representar José de Alencar; Menção honrosa pela dedicação à Universidade Federal do Ceará, concedida pelo Centro de Humanidades, no encerramento da 1a Semana de Humanidades, no Auditório da Reitoria; Texto de reconhecimento do Magnífico Reitor da UFC, Prof. Roberto Cláudio Frota Bezerra, pelo lançamento de Vargas Llosa e o romance possível da América Latina; Proposta de regozijo aprovada, por unanimidade, pelo Plenário do Conselho Estadual de Cultura – Ceará pelo lançamento do livro O mundo de Flora, em 15 de agosto de 1990.
Entre depoimentos prestados pela escritora, ressaltam aqueles prestados para o Museu da Imagem e do Som-MIS, ao grande pesquisador de Literatura Cearense, Prof. Dr. Sânzio de Azevedo, da ACL, em projeto do então Diretor desse órgão, pesquisador Nirez, com escolha de dez representantes da Literatura Cearense, e produto final em DVD e livro, já publicados e constantes do acervo do MIS; “A menina dos olhos de D. Luciano”, concedido à jornalista Eleuda de Carvalho, publicado no Suplemento Alma Fortalezense, que “comemora os 284 anos da capital cearense”, distribuído em revista da Editora Abril; “Angela Gutiérrez, A eterna menina e o diálogo em dia de festa: plenitude de vida em mundos revisitados. In: SALGADO Ronaldo. (coordenador). Revista Entrevista. Fortaleza: Imprensa Universitária da UFC: maio 2009, p.99-117. [Publicação da entrevista coordenada pelo professor jornalista Ronaldo Salgado, com equipe de 11 estudantes do Departamento de Comunicação Social da UFC, fotografias de Diogo Braga.