OLIVEIRA PAIVA
Manuel de Oliveira Paiva nasceu em Fortaleza-CE, no dia 12 de julho de 1861.
Filho de João Francisco de Oliveira e Maria Isabel de Paiva.
Patrono da cadeira 25 da Academia Cearense de Letras.
Cursou o Seminário no Crato, mas não seguiu a vida eclesiástica. Viajou para o Rio de Janeiro com o intuito de seguir a carreira das armas. Matriculou-se na Escola Militar, tendo de abandonar os estudos em virtude de uma tuberculose pulmonar. Voltou ao Ceará e passou a morar em Fortaleza.
Registra Raimundo Girão que, “a esse tempo as lutas abolicionistas estavam acesas e o jovem escritor integrou-se no grupo do jornal Libertador, do qual faziam parte João Cordeiro, Antônio Bezerra e outros. Dedicou-se apaixonadamente à ideia libertadora, militando na imprensa e na tribuna, escrevendo crônicas e versos, combatendo sem tréguas, mesmo ainda quando em terras cearenses cessara de existir o cativeiro.”
Foi um dos fundadores, em 15 de novembro de 1886, do Clube Literário, de tanto relevo nos anais da literatura cearense e em cuja revista “A Quinzena”, colaborou assiduamente. Extenuado pelas campanhas políticas, pela constante atividade literária, adoeceu e foi se estabelecer em Quixeramobim.
Seu célebre romance Dona Guidinha do Poço, abordava o drama da filha do Capitão-mor de Quixeramobim, Maria Francisca de Paula Lessa (A Guida do Poço da Moita), casada com o cel. Domingos Vítor de Abreu e Vasconcelos, a quem, segundo a crônica, mandou assassinar.
Com sua morte, os originais do romance “andaram de mão em mão, inclusive na de José Veríssimo, que lhe iniciou a publicação em capítulos, na Revista Brasileira (1899). Depois de uma série de dificuldades, principalmente porque fora extraviado, quando em poder de Lopes Filho, a sra. Lúcia Miguel Pereira encontra o manuscrito sob a guarda do poeta Américo Facó e promove a sua publicação (Edição Saraiva, 1952- São Paulo). João Gaspar Simões, referindo-se ao livro, assim se expressa: “Só Camilo, em Portugal, teria podido ombrear-se com o autor de Dona Guidinha do Poço, embora, a verdade diga-se, Oliveira Paiva lhe levasse a palma na construção da intriga e na objetividade dos retratos.”
Faleceu em Fortaleza, no dia 29 de setembro de 1892, com apenas 31 anos de idade.
Obras principais: Dona Guidinha do Poço; A Afilhada; entre 1887 e 1888 publicou uma série de contos em “A Quinzena”.
FONTE: GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894.