Antônio Sales
Antônio Sales nasceu em Parazinho, município de Paracuru-CE.
Filho de Miguel Ferreira Sales e Delfina de Pontes Salas.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 8 de setembro de 1922, no período da primeira reorganização do sodalício, ocupando a cadeira número 33, então sem patrono. Na reorganização de 1930, passou para cadeira número 20, cujo patrono era José Martiniano de Alencar.
Foi presidente da Academia Cearense de Letras no período de 1930 a 1937, e presidente de honra de 1937 a 1940.
Autodidata. Foi jornalista, deputado estadual (1893-1896), secretário do Interior e da Justiça e, por muitos anos, trabalhou no Tesouro Nacional, no Rio de Janeiro.
Poeta e prosador, tendo cultivado o romance, o conto, o ensaio e o memorialismo. Foi uma notável personalidade da literatura cearense, fundador e elemento central da Padaria Espiritual, em 1892, da qual foi o primeiro padeiro-mor, adotando o nome de guerra Moacyr Jurema. O trabalho por ele realizado no Ceará teve ampla repercussão nacional e, no período em que viveu no sul de país, privou da amizade de altas figuras da intelectualidade brasileira.
Poeta lírico de vastos recursos adotou, também, o gênero satírico e a trova.
Registra Raimundo Girão sobre Antônio Sales: “Como poeta, revelou-se um lírico de vastos recursos, já escrevendo sonetos como “Pesca de Pérola”, já produzindo redondilhas originais e sonoras que ficaram na memória de todos. No gênero difícil da trova, ombreou-se com os seus mais distinguidos cultores em nosso País. Mostrou-se também um humorista, senão satírico, de primeira ordem. Como prosador, manejava com destreza e brilho a língua vernácula. Com as suas Fábulas Brasileiras deu também apreciável contribuição à literatura infantil. Ensaísta e crítico, deixou inúmeros trabalhos sob a guarda daquela que lhe foi esposa por mais de oito lustros. Figura de proa do movimento intelectual do Norte, com projeção decisiva na literatura nacional, Antônio Sales é uma das glórias do património espiritual do Ceará.”
Faleceu em Fortaleza, no dia 14 de novembro de 1940.
Obras principais: Poesias: Versos diversos (1890); Trovas do Norte (1895); Poesias (1902); Panteon (sonetos) (1919); Minha terra (1919); Águas passadas (1944); Prosa: A política é a mesma (1891); Aves de arribação (1914); Matapau (1931); Retratos e lembranças (1938); Fábulas brasileiras (literatura infantil) (1944); Novos retratos e lembranças.
Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. MARTINS, José Murilo. Poetas da Academia Cearense de Letras. GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894.