Geraldo Amâncio Pereira
Geraldo Amancio Pereira, nasceu em 29 de abril de 1946, no Sítio Malhada de Areia, Cedro-CE.
Filho de Antônio Amancio Pereira e Francisca Amancio da Silva (Dona Ecy).
Casado com a iguatuense, Maria Helenilce Alcântara Pereira (Professora). Do casal nasceram três filhos: Geslie Amancio Alcântara, graduada em Turismo e inglês; Cícero Giego Amancio Alcântara, professor; e Geikio Amancio Alcântara, fisioterapeuta e advogado.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 21 de junho de 2022, para ocupar a cadeira 14, deixada pelo acadêmico Ernando Uchoa Lima, cujo patrono é João Brígido. Na ocasião, foi saudado pelo acadêmico Juarez Leitão.
Aprendeu as primeiras letras com 10 anos de idade. Aos 12 anos trabalhou no serviço de emergência na seca de 1958. Foi bodegueiro, tocou sanfona, trabalhou na roça e quis ser vaqueiro, chegou a correr atrás de boi no mato, com o famoso vaqueiro Chico Carnaúba.
O seu dom de poeta ele afirma ser hereditário, herdou do avô paterno Manoel Amancio Pereira e do tio Amancio Pereira Lima. Ambos foram cantadores amadores. Despertou para o repente ao ouvir um programa de cantoria com os poetas Otacílio Batista e José Alves Sobrinho, na Rádio Clube do Recife – Pernambuco. Com José, seu irmão e outras crianças, faziam improvisos trabalhando na roça.
Em 1962, surgiu o programa “Violas e Violeiros” com os poetas repentistas Pedro Bandeira de Caldas e João Alexandre Sobrinho. O último é o autor da melodia da “Triste Partida” do poeta Patativa do Assaré. Geraldo Amancio, tornou-se ouvinte assíduo do referido programa e aprendeu todas as modalidades da cantoria da época.
Incentivado pelo seu tio poeta Amancio Pereira, fez as primeiras cantorias com o mesmo. No dia 29 de junho de 1963, cantou um pouco com o poeta Chico Bandeira, no Sítio Campos, em Baixio-CE. Em 5 de janeiro de 1964, numa cantoria em Arrojado, distrito de Lavras da Mangabeira-CE, houve uma cantoria com Pedro Bandeira e Zé Vicente, na época Pedro Bandeira era o cantador mais requisitado, mais carismático de quem Geraldo Amancio, tornou-se fã e imitador. Os dois naquela noite cantaram durante alguns minutos, foi quando Pedro Bandeira disse: “Continue que você tem muito futuro”.
Em 18 de fevereiro de 1964, Geraldo Amancio, viajou para Iguatu, onde ficou hospedado na residência de Chico Batista, depois na residência de Isaias Vitor. Naquela cidade, uma vez por outra, participava do programa de viola “O sertão canta”, na rádio Iracema, apresentado pelos poetas Antônio Maracajá e Jerônimo Bonfim. Anos depois Antônio Maracajá, referindo-se aquela época fez essa estrofe:
“Geraldo Amancio Pereira começou no meu programa, depois saiu para o mundo, cresceu muito e criou fama e eu fiquei como um maxixe dependurado na rama”.
Geraldo Amancio teve como primeiros parceiros na cantoria, seu tio acima referido, Zé Moacir, Francisco Batista (Azulão), Antônio Maracajá, Chico Crizanto e Pedro Bandeira. Participou de mais de 200 festivais competitivos de cantoria e ganhou mais de 150 primeiros lugares. Foi atração no Festival Mundial de poesia, nas Ilhas Baleares, região da Catalunha – Espanha, sendo o único repentista brasileiro a se fazer presente no grandioso evento, onde se apresentou com o famoso trovador Argentino, Gustavo Guichon.
Ministrou palestra na Universidade de Coimbra, fez pesquisas sobre cantoria em Portugal, Espanha, França, Guianas Inglesas e no Oriente Médio: Israel e Palestina. Cantou no Museu de Etnologia de Lisboa com Pedro Bandeira, fez apresentação na Embaixada do Brasil em Lisboa e na casa do Embaixador José Aparecido, com as presenças dos Acadêmicos da Academia Portuguesa de Letras e do Primeiro Ministro de Portugal, senhor Mário Soares. Cantou para o famoso arquiteto Oscar Niemayer, quando este recebeu uma comenda na Câmara Municipal de Lisboa. Cantou na Inauguração da Barragem Castanhão com a presença do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. No Brasil, já fez palestras na Academia Mineira de Letras, em Universidades de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e outras instituições.
Durante 19 anos comandou programas de viola, nas TVs de Fortaleza – Jangadeiro e TV Diário. Promoveu mais de cem festivais de cantoria.
É Poeta, repentista, escritor e palestrante, membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo – ACLJ. É mestre da Cultura (título reconhecido pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, com o título de notório saber, onde são reconhecidos os saberes, os fazeres e as artes dos mestres, que poderão na prática, ser convidados por Universidades e outras instituições de ensino para palestras e outras atividades).
Participou de duas bienais internacionais de livros em São Paulo. Em 2017, foi homenageado na Bienal Internacional do Livro em Fortaleza. Estudou história na Universidade Vale do Acaraú – UVA. É Presidente da Associação dos Cantadores do Nordeste – ACN. Já gravou 18 discos.
Obras publicadas: A história de Antônio Conselheiro; Andarilho do canto e da palavra; Lampião, Rei do Cangaço; O beato Zé Lourenço e o Caldeirão; Aprenda a fazer versos; Fideralina Augusto – A matriarca de ferro; O Pequeno Príncipe (em versos); A Inconfidência Mineira e os Mártires da Inconfidência; Pelos caminhos das trovas; Trovas de amor à vida; Padre Cícero, a hóstia, a guerra e Lampião; Apontamentos para a métrica da poesia.
Fonte: o próprio escritor.