GUILHERME STUDART (BARÃO DE STUDART)
Guilherme Chambly Studart (Barão de Studart), nasceu em Fortaleza-CE, no dia 5 de janeiro de 1856.
Filho primogênito de John William Studart (cônsul inglês no Ceará) e de Leonísia de Castro Studart.
Foi um dos fundadores da Academia Cearense de Letras, tomando posse na sessão inaugural de 15 de agosto de 1894, com participação ativa em suas sessões. Na reorganização de 1922, ocupou a cadeira número 2, tendo como patrono Paulino Nogueira. Na terceira fase da ACL, em 1930, passou para o quadro de honra. É o patrono da cadeira 11.
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1877, trabalhou muito em favor dos mais necessitados.
De acordo com Manoel Albano Amora, “na grande seca de 1877 a 1879 foi notável a sua ação filantrópica em benefício dos variolosos”, em especial, na qualidade de presidente da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Registra Murilo Martins que Guilherme Studart “viajou inúmeras vezes para o Velho Mundo, tendo feito relevantes pesquisas nos arquivos de Portugal, França, Holanda e Espanha. Foi o primeiro vice-cônsul britânico no Ceará.” E, ainda, acrescenta que foi “notável historiador, geógrafo, antropologista, genealogista e homem de letras.”
Além da Academia Cearense (1894), fundou o Instituto do Ceará (1887), o Centro Literário, o Centro Abolicionista (1884), a Associação Médico-Farmacêutica do Ceará (1904), o Centro Médico Cearense (1913), o Círculo Católico de Fortaleza (1913), o Círculo dos Operários Católicos de Fortaleza (1915), o Instituto Pasteur (1918).
Participou de inúmeras instituições nacionais e internacionais.
Mecenas das letras cearenses, conforme atesta Albano Amora, criou a Typografia Studart, cujas publicações eram feitas às suas expensas.
A Santa Sé conferiu-lhe o título de Barão, outorgado pelo Papa Leão XIII, em 22 de janeiro de 1900.
Faleceu em Fortaleza, no dia 25 de setembro de 1938.
Obras principais: Da eletroterapia (tese de doutoramento); Gramática inglesa; Elementos da gramática inglesa (1888); Seiscentas datas para a crônica do Ceará na segunda metade do século XVIII (1891); Notas para a História do Ceará – segunda metade do século XVIII (1892); Datas e fatos para a história do Ceará (3 volumes); Dicionário biobibliográfico cearense (3 volumes); Documentos para a história do Brasil e, especialmente, a do Ceará (3 volumes); Para a história do jornalismo cearense (1924); Geografia do Ceará (1924).
Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894. AMORA, Manoel Albano. A Academia Cearense de Letras. Síntese Histórica.