Henriqueta Galeno
Henriqueta Galeno nasceu em Fortaleza-CE, no dia 23 de fevereiro de 1887.
Estudou no colégio Imaculada Conceição e fez os estudos preparatórios no Liceu do Ceará.
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, foi a primeira mulher a cursar a Faculdade de Direito no Ceará, formando-se em 1919. Logo depois, foi convidada pelo então governador Dr. João Tomé a assumir o cargo de promotora pública, não sendo possível em razão do veto do pai, ao qual acedeu, embora a contragosto.
Foi professora de História do Brasil do Liceu do Ceará e de Literatura da Escola Normal, além de inspetora de ensino estadual.
Representou o Ceará no Primeiro Congresso Feminista do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1931. Foi muito atuante no movimento feminista cearense, lutando pela emancipação feminina política e social.
Filha do poeta Juvenal Galeno, o pioneiro da poesia popular no Brasil, em 1919, fundou o Salão Juvenal Galeno (depois Casa de Juvenal Galeno) que, além de cultuar a memória do pai, deu um grande estímulo aos homens de letras.
Em 1936, fundou a “Falange Feminina”, uma associação voltada para a participação feminina na escrita. Em 1942, a “Falange Feminina” teve seu nome modificado para a “Ala Feminina” da Casa de Juvenal Galeno”, existente e atuante até os dias de hoje, com o objetivo de congregar as mulheres escritoras. A “Ala Feminina”, a partir de 1949, publica a Revista Jangada, instrumento de divulgação e de promoção da literatura feminina cearense.
Contribuiu com a formação da Associação Cearense de Imprensa, em 1925.
Em 1936, criou a Ala Feminina da Casa, com o objetivo de congregar as escritoras, poetisas e mulheres que cultivavam as letras e as artes no estado. Foi ensaísta e poetisa, deixando estudos dispersos nos jornais e revistas do Ceará sobre mulheres ilustres brasileiras. No ano seguinte à sua morte, esses trabalhos foram reunidos e publicados sob o título de “Mulheres admiráveis”, 1965.
Pertencia à Academia de Letras do Ceará e ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 10 de maio de 1951, por ocasião da fusão dos dois sodalícios. Ocupou a cadeira número 23, cujo patrono é Juvenal Galeno.
Faleceu em Fortaleza, no dia 10 de setembro de 1964.
Obras principais: Henriqueta Galeno no Congresso Feminino e na Academia Carioca de Letras; Juvenal Galeno, o legítimo criador do popularismo literário no Brasil; Júlia Lopes de Almeida; Maria Quitéria, a primeira mulher-soldado do Brasil. Deixou inédito: Força indômita (versos). Mulheres Admiráveis (póstumo) (1965). Publicou em vários jornais e antologias.
Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. MARTINS, José Murilo. Poetas da Academia Cearense de Letras. SOUZA, Ivoneuma Silva de. Henriqueta Galeno e a Ala Feminina da Casa Juvenal Galeno: uma luta pela conquista do direito social das mulheres. Revista Themis. Revista da Escola Superior da Magistratura do Ceará. P. 185-208; CASTRO, Carla. Resquícios de memória: dicionário biobibliográfico de escritoras e ilustres cearenses do século XIX.