Raimundo Girão
Raimundo Girão nasceu na Fazenda Palestina, no município de Morada Nova-CE, no dia 3 de outubro de 1900.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 15 de agosto de 1951, ocupando inicialmente a cadeira número 4, cujo patrono é Antônio Bezerra, tendo posteriormente se transferido para a cadeira número 21, cujo patrono é José Martiniano de Alencar. Sua posse foi realizada em conjunto com Abelardo F. Montenegro, Filgueiras Lima e Carlyle Martins, no início da terceira reorganização do sodalício, os quais foram saudados pelo acadêmico Andrade Furtado. Foi presidente da Academia no período de 1957/58.
Residiu em Fortaleza desde 1913, onde concluiu seus estudos e desenvolveu uma intensa atividade profissional e cultural.
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará, em 1924. Doutorou-se na mesma Faculdade, em 1936, defendendo a tese O fenômeno freudiano e a criminologia. Fez a livre docência de Estudos Comparados das Doutrinas Econômicas pela Faculdade de Administração do Ceará, em 1946.
Foi prefeito municipal de Fortaleza (1932/1934); primeiro titular da Secretaria Municipal de Urbanismo; ministro do Tribunal de Contas do Ceará; secretário de Educação e Cultura; primeiro dirigente da Secretaria de Cultura do Ceará; presidente do Conselho Penitenciário do Ceará.
No magistério, foi professor e primeiro diretor da Faculdade de Administração do Ceará. Entre outras atividades, podem ser citadas: diretor do Museu Histórico e Antropológico do Ceará, presidente da Legião Brasileira de Assistência – LBA, fundador e presidente do Rotary Clube de Fortaleza e presidente da Associação Cultural Franco – Brasileira.
Escritor, historiador, genealogista, com especial pendor para os estudos de Economia e Finanças. Colaborou com jornais e revistas sobre assuntos de sua especialidade. Como homem de letras, Joaryvar Macedo assim o caracterizou: “Sobretudo, à Historiografia, mormente à do Ceará, emprestou Raimundo Girão suas robustas energias, uma imensa capacidade de trabalho e um extraordinário poder de síntese, para, pacientemente, fabricar e limar verdadeiras filigranas, originárias de um intelecto inquestionavelmente privilegiado.”
Foi membro efetivo e presidente de honra do Instituto do Ceará; membro correspondente de várias instituições de estados do Brasil, além de detentor de vários títulos honoríficos e medalhas.
Faleceu em Fortaleza, no dia 24 julho de 1988.
Obras principais: A receita pública – aspecto brasileiro (1937); Esboço de uma genealogia (1937); O Ceará, em colaboração com Antônio Martins Filho (edições, 1939, 1945 e 1966); O coronel Tibúrcio Cavalcanti (biografia) (1941); O comendador Machado e sua descendência (1942); História econômica do Ceará (1947); A princesa vestida de baile (1950); Pequena História do Ceará (1953, 1962, 1971); A Abolição no Ceará (1956, 1969); Antologia cearense, organizador (1957); História da Faculdade de Direito (1960); Matias Beck – Fundador de Fortaleza (1961); História Econômica Geral e do Brasil (1964); Vocabulário popular cearense (1967, 2007) (prêmio Gustavo Barroso); Montes, Machados, Girões (1967); Geografia Estética do Ceará (1969); Palestina, uma agulha e as saudades (1972); Famílias de Fortaleza (1975); A Academia de 1894 (1975); Falas Acadêmicas, organizador (1976); Fortaleza e a crônica histórica (1983); Dicionário da literatura cearense, em colaboração com Maria da Conceição Souza (1987).
Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de Letras. História e Acadêmicos. AMORA, Manoel Albano. A Academia Cearense de Letras. Síntese Histórica.