Valdemiro Cavalcante nasceu em Granja-CE, no dia 26 de janeiro de 1869.

Filho do Ten. Cel. Antônio Pereira Jacinto Cavalcante e Antônia Ferreira Barros Cavalcante.

Foi um dos fundadores da Academia Cearense de Letras, tendo comparecido à sessão solene no salão nobre da Fênix Caixeiral, no dia 15 de agosto de 1894.

Na primeira diretoria, exerceu a função de primeiro secretário, logo depois, substituído pelo Barão de Studart.  Na reorganização de 1922, foi patrono da cadeira 25; na de 1930, passou para patrono da cadeira 40. Na reorganização de 1951, deixou de ser patrono. 

Na adolescência mostrou inclinação para o jornalismo, fundando em Granja o “Ensaio”. Fez os estudos preparatórios no Instituto de Humanidades, dirigido pelo Monsenhor Bruno Figueiredo. Quando ainda era estudante, em Fortaleza, colaborou no “Cearense”, bem como fundou os jornais literários “Colibri” e “Phylolitera”.

Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Recife em 19 de julho de 1891. Durante o seu curso acadêmico,  no “Clarim”, órgão do Centro Republicano, mantido pelos seus colegas, e no “Norte”.

Foi um dos oradores na sessão fúnebre realizada no Teatro Santa Isabel, em homenagem a José Bonifácio, o Moço, representando os estudantes cearenses.

No Ceará, foi promotor de justiça do Icó, secretário da Chefatura de Polícia, Secretário do Interior e diretor da Escola Normal. Exerceu, também, a advocacia.

Tomou parte no primeiro Congresso Constituinte estadual, enquanto membro da comissão encarregada de elaborar o projeto de Constituição. Dirigiu o “Libertador”, “A República” e o “Jornal do Ceará”. Colaborou na “Pátria”, “Diário do Ceará” e “Jornal do Agricultor”, este do Rio de Janeiro.

Pertenceu à Padaria Espiritual, com o nome de Ivan d’Azhoff. Presidiu a Sociedade Cearense de Agricultura.

Foi orador fluente, hábil manejador da pena e político de evidência.

Faleceu em Fortaleza, no dia 3 de fevereiro de 1914.

Obras principais: Barbosa de Freitas (biografia, no ‘Cearense’); Males e Remédios – Pro Ceará; Silos, Forragens; Discurso (Proferido por ocasião da inauguração do retrato do Dr. Nogueira Acioli no quartel do Corpo de Segurança); Relatório de Diretor da Escola Normal (1899) .

Fonte: MARTINS, José Murilo. Academia Cearense de letras. História e Acadêmicos. AMORA, Manoel Albano. Academia Cearense de Letras. Síntese Histórica.